sábado, 7 de março de 2015

Celular aqui não! Melhor proibir do que acolher?

Diz o professor ao entrar na sala de aula: - Desliguem o celular. Agora! Em sala de aula não é permitido. Não. Não está liberado os smartphones e afins! Desliguem-se, por favor. É uma ordem e .... Implícito a esse discurso está um motivo: Aqui não, só lá no mundo real está permitido!! Por favor, desliguem seus celulares... Celular aqui não! Não sei trabalhar assim...
Ter domínio das ferramentas básicas do computador é um dos requisitos para o mercado de trabalho. Esse domínio das técnicas e plataformas também deve ser requisito para os formadores. Educadores inseridos nas políticas e planos pedagógicos acabam proibindo o uso de algumas plataformas digitais em sala de aula, pois ainda não há uma fórmula [perfeita] de como usar esses recursos. Uma das proibições mais correntes é a do celular. Esse aparelhinho não é bem vindo em algumas situações.
Essa dificuldade de inserção está longe de uma atuação de inclusão digital, mas há bons exemplos acontecendo em muitas escolas. Sair do quadrado da sala e partir para um ambiente desconhecido [o mundo lá fora é bem agitado] gera estresse em alguns profissionais na área da educação. Mas até quando vamos continuar proibindo o uso dessas plataformas para uma geração nascida na era digital? É possível usá-las, basta coragem para a mudança de paradigma.
Enquanto há o discurso de que celular só atrapalha, existem iniciativas que dizem o contrário. Um discurso a favor da plataforma, serve de reflexão de nossas práticas [não ignore essa parte do texto]: "Não podemos mais ignorar o celular, ele está em todo lugar. Sou contra a proibição do uso, pois a regra acaba sendo burlada. Será que em vez de proibir, não é melhor acolhê-lo como ferramenta educativa?" - Maria Rebeca Otero Gomes, coordenadora do setor de Educação da Unesco no Brasil.
Proibir ou acolher? Enquanto existem esforços e debates para encontrar a melhor forma para fazer essa restrição, gastando tempo, que tal otimizar as discussões para novas práticas pedagógicas? Enquanto educadores travam uma luta para essa proibição, os alunos “estudam” maneiras de burlar as regras. A regra pode ser quebrada, basta o debate entrar em outra esfera, os celulares podem ser ferramentas educativas?
Enquanto não é acolhida como ferramenta, proíbe-se. Esse texto tem um objetivo repensar as práticas em sala de aula e de como podemos mudar o discurso do “aqui não!”. Não é uma crítica negativa, mas que possamos parar e pensar o que podemos fazer para mudar. Faz-se a crítica para a transformação. Para o debate ganhar outra esfera: buscar práticas inclusivas.
No caminho contrário, estão os desenvolvedores que vem aumentando a oferta de aplicativos voltados para a educação. Vamos ficar só observando ou vamos nos aplicar em compreender melhor o que o mundo digital tem a oferecer? Que tal vencer a sua resistência!

Em 2013 foi publicado pela Unesco um documento: “Diretrizes de políticas para a aprendizagem móvel” clique AQUI para baixar

Infográfico feito pelo site Porvir
 
 

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Palestras #3 e #4 dicas do Papo-Doc

Nesse novo post mais duas indicações de palestras inspiradoras para professores e educadores. Organizadas em eventos TEDx no Brasil.
--> A terceira dica é muito especial, pois quem não conhece o Caio Dib terá a oportunidade de pesquisar um pouco sobre a trajetória do jornalista autor do livro Caindo no Brasil.

#3 Práticas educacionais inspiradoras escondidas Brasil (TEDx Unisinos 2013)

Com Caio Dib - É um jornalista que acredita que a Educação é o caminho para uma sociedade mais justa e igualitária. Ele conta a experiência que viveu em 2013, quando decidiu passar cinco meses viajando pelo Brasil para conhecer práticas que o próprio Brasil desconhece.

Assunto: As diferentes realidades da educação do país e projetos educacionais inspiradores. Trinta práticas educacionais locais e regionais ligadas a uma cultura popular conhecida como “Educação Viva” que é uma para formar para a sociedade e mercado de trabalho. Escola acontece em qualquer lugar como debaixo de um pé de manga ou numa casinha bem simples como uma escola. Visitou as escolas conversou com os gestores e como funciona e ouviu a pratica acontecendo nas escolas. Cases especiais como alternativas para a educação viva e transformadora por meio da contextualização da realidade.

Assista a Palestra AQUi

Acesse: www.caindonobrasil.com.br e facebook.com/caindonobrasil

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#4 Escola - mais laboratório e menos auditório (TEDx Unisinos 2013)

Com Fernando Becker - É professor de Psicologia da Educação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), um dos pesquisadores em educação mais importantes do país.

Assunto: Para o professor, a escola tem tradicionalmente privilegiado alguns verbos: copiar e repetir.

Mudam-se as tecnologias, mas o sistema continua o mesmo copiar e repetir. Cola-se computadores na escola e continua o processo. Alunos aprendem rapidamente esse sistema e quando fazem pesquisas repetem o processo: copiam e colam. Ele fala sobre alguns verbos da escola segundo Piaget e Freire: interagir, experimentar, ultrapassar, dialogar, perguntar, construir e compreender, transformar e inventar. Trata de estudos em epistemologia genética piagetiana e pedagogia freireana, abordando o desenvolvimento do sujeito cognoscente. Por onde o desenvolvimento cognitivo passa pelas ações: inventar e não apenas copiar. O laboratório é a experiência e pode oferecer um espaço para se criar oficinas de matemática, leitura, literatura entre outros.



Assista AQUI

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Papo-Doc: Palestras Inspiradoras sobre Educação no TED #1 e #2

Navegando na Web sempre se encontra algo interessante e um texto ou vídeo vai levando a outro e no embalo das ondas dos hipertextos e na hipermídia selecionei algumas palestras bem inspiradoras e reveladoras de um Brasil que é conhecido por suas soluções criativas. Serão duas dicas por postagens para cada um escolher o que achar mais atraente.



Mas por que essas palestras? Ideias e inspirações são matérias primas inesgotáveis para ser professor, cada palestra um exemplo de determinação. 
São palestras organizadas em eventos TEDx no Brasil.



#1 Educação com entusiasmo (TEDx SP 2009)
Com Adozinda Kuhlmann na época ela tinha 91 anos e já dava aulas de Língua Portuguesa há 73 anos
Assunto: O lado bom da profissão e como a experiência de dar aulas é emocionante e enriquecedora.
Adozinda é considerada um exemplo de professora, apaixonada pelo o que faz. Seu lema é o entusiasmo e a persistência. No vídeo, ela compartilha um pouco do que viveu em sala de aula, como o caso de uma estudante com dificuldades para aprender a tabuada. Em dúvida sobre o que fazer, a professora recorreu ao pai, também docente, que lhe deu uma lição inesquecível: é preciso nunca desistir de um aluno com dificuldades para aprender.
Acesse AQUI

#2 O aluno na cultura digital (TEDx Porto Alegre 2012)
Com Lea Fagundes - É psicóloga, pedagoga, professora há mais de 60 anos e pioneira no uso da informática educacional no Brasil. Entusiasta dos softwares livres, Léa é fundadora e coordenadora de pesquisas do Laboratório de Estudos Cognitivos da UFRGS e, desde 1994, integra o Comitê Assessor em Informática e Educação do MEC. Já foi premiada pela UNESCO.
Assunto: Sobre a importância do professor saber como o aluno aprende os conteúdos. Segundo a pesquisadora, a inclusão digital pode auxiliar nesse processo. Porém, inclusão digital aqui não significa apenas colocar computadores na escola, mas incluir a escola na cultura digital, o que exige uma mudança de mentalidade e organização.
Veja o Vídeo AQUI

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Papo-Informação: O que é um TED?

TED (em inglês: Technology, Entertainment e Design) - organização sem fins lucrativos, criado em 1984, dedicada a espalhar boas ideias. O projeto começou a partir de uma conferência na Califórnia - Estados Unidos, reunindo pessoas envolvidas em tecnologia, para debater temas ligados às suas áreas. O formato: palestras de cerca de 15 a 20 minutos em que alguém compartilha uma história ligada à sua atuação, realidade ou especialidade.


sábado, 18 de outubro de 2014

Tecnologia na Educação – um pouco de memórias para pensar fora do quadrado

Desde o ensino básico recordo-me que esteve presente na rotina da educação as tecnologias. A memória afetiva é ativada pelo cheiro de álcool do mimeógrafo e das mãos tingidas de azul das folhas que passaram pelo aparelho tecnológico da época. Era a impressora manual dos professores. Memória ativada! Acredito que para alguns professores, mas também para alunos que tiveram contato com a tecnologia. Mas isso é coisa do passado. A tecnologia vem avançando a passos largos nessa onda digital na qual vivemos desde os anos de 1990 quando começou a surgir outros recursos a serviço da educação.
Mimeógrafo
Já que comecei com uma recordação dos anos 80 (do século passado!), volto ao tempo mais uma vez. Era começo dos anos de 1990, na universidade federal em Santa Maria conheci um computador que ocupava um prédio inteiro, para operar era necessário meia dúzia de pessoas.

Era assim os computadores acadêmicos duas décadas antes da revolução tecnológica da qual temos conhecimento nos dias atuais. Desse modo, com a evolução da tecnologia surgia o primeiro computador pessoal (Personal Computer), em 12 de agosto 1981. A empresa IBM lançou seu microcomputador, modelo chamado de IBM 5150.

Entramos no século 21 com a necessidade de entender como a rotina da escola vem modificando por causa da tecnologia. Após mais de uma década dos anos 2000, a possibilidade de explorar diversas atividades usando as novas tecnologias está cada vez mais sendo exigida dos professores e das escolas.
Na atualidade não há espaço para o ensino sem esse entendimento. As novas tecnologias podem ser utilizadas para melhorar a forma de atuação, mas para isso é preciso entender como customizar o ensino.
Customizar tem um significado diferente para a educação. Pode ser a maneira que os educadores personalizam suas atividades em classe ou fazem suas adaptações conforme a realidade da escola, da comunidade e dos próprios alunos.
Se o mimeógrafo é peça de museu, o microcomputador e suas funcionalidades também vem se transformando ao longo desses anos. Novos aparelhos ganham destaque como os tablets, smartphones, notebooks e, por fim, as plataformas digitais. Eles estão nesse processo de entendimento e customização.
Na atualidade – as ferramentas

O mundo digital oferece várias ferramentas, no qual os professores buscam conhecer melhor para o ensino digital ou mesmo para ampliar seus conhecimentos. Isso torna o ambiente em sala de aula mais interativo e participativo, especialmente pela adoção de plataformas educacionais, as quais permitem que o professor personalize sua atuação. No entanto, há muitas formas e ferramentas na caixa da Era Digital. Portanto, encontrar aquelas que vão fazer a diferença é essencial nesse desenvolvimento. Criatividade e planejamento também são essenciais nessa construção.

A tecnologia na rotina escolar dá espaço para novas possibilidades. Saí de cena o professor analógico do mimeógrafo com a possibilidade de se tornar um professor digital. Para esse profissional da Era Digital existe a possibilidade de criar ações que colaborem com o aprendizado dos estudantes, pois a grande maioria dos alunos já são digitais por sua natureza e geração.
Com todas essas memórias, acredito que é preciso pensar fora do quadrado da sala de aula, treinar o olhar para além das telas e trazer para a escola toda forma de engajamento para a compreensão de todos os desafios que as novas tecnologias requerem da educação no século 21.

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Papo Comunicação - Dica de vídeo:  "O poder da tecnologia na educação: João Gabriel Alkmim" - Esta TED mostra a visão de um empreendedor de 19 anos de idade de como a educação será no futuro. Ele também pensa fora do quadrado, e criou uma empresa para entregar essas inovações a instituições de ensino em todo o mundo.



sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Estamos disputando atenção ou não sabendo explorar a era digital?

Perguntei para um amigo que é professor qual era para ele o desafio da educação na era digital. A resposta foi: disputar a atenção dos alunos. 



Para algumas profissões, a era digital parece ser uma concorrência. Alguns jornalistas mais tradicionais também pensam ou pensavam assim: uma disputa.

Muitos acreditam que estão perdendo um espaço importante para aquilo que está diante da tela do computador com acesso à rede. Refletindo sobre a resposta do professor, acredito que não devemos disputar atenção ou espaço com o que dispomos na era digital, devemos aproveitar o que oferece, criar oportunidade, mas sendo criativos. 


Estamos perdendo espaço? Se um profissional da educação ou do jornalismo não souber explorar as potencialidades poderá perder ou ficar para trás. A dificuldade que temos atualmente é saber lidar com o excesso de informações.

Ciro Marcondes Filho (2002) alerta sobre a obesidade informativa, que pode gerar a desinformação. Parece contraditório, mas não é. Somos bombardeados por informações jogadas na mídia e muitas vezes ficamos indiferentes ao conteúdo.


O espaço da informação não pode superar o espaço do conhecimento. A escola nesse contexto precisa saber articular de que forma trabalhar essa superabundância factual. São muitos os desafios profissionais começando pelo papel do professor em favor de um regime de entendimento. 

O exercício do entendimento é essencial para a atuação do professor em sala de aula. Portanto, não dispute atenção dos seus alunos. Todas as possibilidades devem ser exploradas. Para que isso ocorra, é preciso ir além das discussões e compreender o potencial disponível, porque a tecnologia pode facilitar bastante o trabalho do professor, transformando uma aula em algo mais dinâmico. 


Papo da Comunicação – encontrei esse artigo bem interessante, clique no título e acesse o texto: A tecnologia invade a sala de aula: veja recursos que auxiliam o ensino.

Fonte: MARCONDES FILHO, Ciro. Comunicação e jornalismo: A saga dos cães perdidos. 2ª ed. São Paulo: Hacker Editores, 2002.